TECNOLOGIA: QUAL O LIMITE?
Essa pergunta é muito comum no
consultório de Psicologia. Muitos pais, preocupados com o desenvolvimento dos
seus filhos, não sabem mais o que fazer para tirá-los da frente das
telas. E são muitas: celular, tablet, televisão, videogame, entre outros.
Então,
como resolver esse problema? No mundo atual, não podemos simplesmente proibir
nossos filhos de usar a tecnologia. Até porque, da forma como o mundo evolui,
ele seria um analfabeto, ainda que soubesse claramente todas as matérias escolares.
Até
mesmo o ENEM, que é o principal meio de entrar nas faculdades, está aderindo a
perguntas envolvendo a tecnologia. Sem contar com o mercado de trabalho, cada
vez mais exigente. Confesso que muitas vezes, eu mesma sinto dificuldades no
processo tecnológico e recorro a ajuda dos adolescentes, que estão mais atentos
e muito mais atualizados do que nós.
E
também, em muitas das vezes, os pais estão cansados e deixar a criança “quietinha”
em frente ao celular é um alívio. Mas claro que não estou falando de você, não
é mesmo?
Sem
contar que a tecnologia também tem lá seus ganhos. São muitos jogos que
estimulam a aprendizagem e vídeos muito interessantes e educativos. E os pais
estão sempre buscando orientar e acompanhar o que as crianças andam assistindo.
Então,
diante de todas essas coisas, qual é o limite para o uso da tecnologia?
O
limite sempre deve ser estabelecido pelos adultos responsáveis pela criança ou
adolescente. Mas você sabe qual o tempo ideal de uso da tecnologia? Não existe
tempo ideal. Porque toda exposição tem benefícios e malefícios. Ganhas e perdas
estão presentes o tempo todo, em todos os momentos da vida. Mas em se tratando
de exposição tecnológica estamos falando de estímulos excessivos (visuais e
auditivos), que podem interferir no desenvolvimento cognitivo saudável.
E
sem falar na exposição excessiva a ondas de radio frequência (RF), que ainda
não temos dados de pesquisa suficientes para saber se podem ou não causar danos
ao nosso organismo. Mas que os estudos relatam que a exposição infantil e
adolescente é mais perigosa que a do adulto, devido ao desenvolvimento de novas
células.
Então,
o uso do bom senso e da moderação é importante. Claro que não dá pra proibir o
uso totalmente. Mas você pode estabelecer horários de uso com a criança, de forma
que ela tenha tempo de brincar ao ar livre, interagir com outras crianças e,
principalmente, passar um tempo produtivo com você.
Em
se tratando de adolescentes, o ideal é o diálogo. Apesar dessa fase ser difícil
para se conseguir uma boa conversa, mostre dados de pesquisa e fale sobre os
perigos e possíveis comprometimentos cognitivos eles terão no futuro se não
fizerem um uso moderado da tecnologia.
Você
pode ainda pedir ao adolescente que faça sua própria pesquisa sobre o assunto,
e a partir dela iniciarem uma conversa. Dessa forma, ele se sentirá protegido e
cuidado, sem perder sua autonomia.
Mas
se nada disso for suficiente, o ideal é usar um pouco da autoridade e
estabelecer limites. Mas cuidado para não fazer disso uma grande polêmica, o
que poderia ser ainda mais prejudicial.
Faça
um combinado com a criança e/ou adolescente, deixe que ele participe da escolha
do melhor horário de exposição, desde que não interfira na saúde, como o uso
durante a alimentação ou em um horário tarde da noite, que comprometa o sono
adequado. E que esse horário esteja claro para todos e se possível, exposto em
um lugar onde todos tenham acesso. Dessa forma, o uso pode ser interessante e
ao mesmo tempo seguro.
Mas
cuidado! Os filhos sempre seguem o exemplo dos pais!
Então,
não adiante colocar limites para eles enquanto você faz uso abusivo da
tecnologia. Muitas crianças relatam que gostariam que os pais deixassem o
celular e dessem atenção para eles. Já cheguei a ouvir criança dizer que
gostaria muito que a mãe lesse um livro para ela, mas que a mãe nunca largava o
celular.
Se
for necessário, estabeleça um limite para você também. E ele pode estar incluído
no combinado com os filhos, e também escrito em lugar visível. Mas não vale
quebrar a regra. Não dá pra criar uma desculpa toda vez que sair do combinado. Se
você precisa estar sempre ligado por causa do trabalho, por exemplo, explique
isso aos filhos durante o combinado.
Parece
tudo muito fácil para você?
Mas
não é. Simplesmente porque colocar limite no uso da tecnologia é nadar contra a
maré. Enquanto as crianças estão expostas cada vez mais cedo (já vi bebês com
menos de 6 meses exposta a tecnologia), é difícil ensinar a elas o limite, já
que aquele aparelho traz satisfação imediata. E bebês muito novos não entendem
de limites. Vão chorar e pedir até que os pais acabem cedendo, o que trás um
aprendizado ainda pior no comportamento.
Assim,
sigam essas dicas:
·
O ideal é que as crianças comecem a exposição
o mais tarde possível. Como a TV costuma ficar ligada diariamente em quase
todas as casas, essa já é uma exposição suficiente.
·
Quando for apresentar a exposição de celular
ou tablet à criança, o ideal é que ela seja como um brinquedo qualquer. Então,
não dê o seu celular a ela, pois assim a criança irá pedir constantemente. Entregue
a ela um aparelho para brincadeira e depois recolha e guarde. Assim, a criança
entenderá que apenas aquele aparelho está disponível para seu uso.
·
Desde o começo já coloque limite de tempo. É mais
fácil aprender assim do que colocar limites depois. Mas não quer dizer que não
seja importante colocar limite quando já há exposição excessiva.
·
Supervisione, sempre que possível, o que a
criança e/ou adolescente está assistindo ou jogando durante a exposição da
tecnologia. Estabeleça momentos para conversar sobre o que foi visto e sobre o
que é certo ou errado.
E
aí? Muita informação sobre o assunto?
Então,
agora que já leu todo o texto e já tem muito o que pensar e que agir, deixa
logo essa telinha e vá dar atenção ao seu filho. E não se esqueça: moderação e
bom senso é o segredo de tudo.
Gostou?
Então, deixe seu comentário sobre o assunto.
@ericalpsicologia
(Facebook)
@erica_psicologia
(Instagram)
33.98431.7416
(whatsaap)
Comentários
Postar um comentário